segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reforma Psiquiátrica

Síntese da entrevista realizada com a Psicóloga Mariana Carteado, CRP 03/04079, que trabalha no Centro de Saúde Mental Mário Leal Salvador Bahia.

Segundo a psicóloga Mariana Carteado, a Lei Paulo Delgado, n° 10.216 de 6 de abril de 2001,que trata da reforma psiquiátrica, é aplicada parcialmente em Salvador, porque se tem uma política pública da reforma psiquiátrica que substitui o tratamento fechado nos antigos manicômios, ela aponta o fechamento de três antigos sanatórios o Bahia, o Ana Nery e o Santa Mônica e a abertura de vários CAPS(centro de atenção psicossocial) o que para ela é um reflexo da aplicação da lei, mas por outro lado, salienta também, que segunda a lei, as pessoas tem direita a um tratamento integral, e de qualidade e afirma que não é isso que acontece, pois a prefeitura de Salvador colocou os CAPS para funcionar, porém eles funcionam ainda de uma forma muito precária, não tem recursos suficiente, e as vezes não tem profissionais, falta remédio, falta alimentação, portanto não se pode afirmar que a lei está realmente sendo aplicada se você tem um serviço e falta muita coisa.

No Art.2, parágrafo único, inciso VIII da lei 10.216, diz que a pessoa portadora de transtorno mental deve ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis. Sobre esse aspecto, Mariana acredita que não só as pessoas portadoras de transtornos mentais, mas todo cidadão tem direito a ser tratada da forma menos invasiva possível, pois todo tratamento deve trazer um benefício e não um dano, contudo não era isso que ocorria com os pacientes de transtorno mental antes da lei, pegavam-se essas pessoas e as institucionaliza num manicômio e deixava esse paciente lá, às vezes, para o resto da vida, e muitas vezes com o uso da violência, as pessoas eram amarradas e com o uso do que chamamos de “sossega leão”, mas nesse caso está causando muito mais dano do que benefício a essa pessoa. E hoje em dia uma coisa que está comprovada é que fazer um tratamento com base no vinculo entre profissional e paciente, e assumindo que o respeito ao corpo, os direitos e a liberdade tem que está acima de tudo, ela afirma que é muito mais terapêutico do que trancar e fazer o uso da força.

Sobre o CAPS (CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL) Mariana fala do seu funcionamento, dizendo que a primeira premissa do CAPS é cuidar das pessoas em liberdade, é um centro onde as pessoas podem entrar e sair diferentemente de um hospital psiquiátrico, e não é centrado só no cuidado médico, existe uma equipe multiprofissional, aponta também, como outra premissa a reabilitação psicossocial, ou seja, a loucura não se resume a uma doença mental, que não é como uma doença que você dá um remédio e trata como se fosse um dor de cabeça, a loucura também é um fenômeno social e é preciso intervir na dimensão social, na dimensão psíquica, sendo preciso assim, intervir nessas múltiplas dimensões para que a pessoa tenha uma vida digna, então o CAPS funciona dessa forma, tendo uma equipe multifuncional, visando ter um olhar integral sobre o paciente e não só um olhar na doença em si.

Mariana acredita que há uma nova perspectiva na saúde mental com a reforma psiquiátrica, mas atualmente, se vive um modelo hibrido em que o modelo de atenção psicossocial existe, se expande e dá resultado, porém os modelos manicomiais, essa forma de pensar, que o lugar da loucura tem que ser um lugar de exclusão ainda existe por isso se vive numa luta diária para que o lugar da garantia dos direitos, dos cuidados e da inclusão ganhe mais espaço do que essa perspectiva de que a loucura tem que ocupar um lugar de exclusão da sociedade.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Atividade Programada Orientada de Métodos Quantitativos

A pesquisa consiste nas principais idéias e acontecimentos psicológicos ocorridos entre os anos de 1950 à 2000. Após o levantamento dos dados foi produzido então tabela e gráfico estatísticos.